Varejo vira mídia 

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Nada de novo, em verdade. Só para dar mais um heads up aqui para quem ainda não percebeu o que está acontecendo.

 

As operações de varejo físico e digital estão, rapidamente, se transformando em media outlets. Estruturas que se parecem mais com um publisher clássico do que com lojas que vendem produtos.

 

Sem, obviamente, deixarem de vender seus produtos, essas estruturas, puxadas, como sempre em tudo que acontece de avançado recentemente no varejo, pela Amazon, estão criando estruturas operacionais e de comercialização internas – ou suportadas por terceiros – em que seu público consumidor vira audiência e essa audiência é comercializada como mídia. 

 

Essa integração entre o distribuidor e seu público através de conexões de comunicação e mídia são apenas mais um ângulo das transformações estruturais de peso que estão acontecendo na indústria e no comércio (aqui mesmo, no Innovatio Insider, escrevi esta semana sobre mais um aspecto dessa transformação, num post sobre a Nestlé … dá uma olhada depois). 

 

A mídia embedada dentro do varejo tem suas vantagens não só para os próprios varejistas, como também para a indústria, os fabricantes, que ganham ali mais um canal de comunicação e vendas, no próprio ato da venda, e podem contar com uma alternativa aos clássicos Google e Facebook. Ou Rede Globo.

 

Cada um desses players tem seu papel na cadeia e cada qual tem seu valor, mas varejo virar mídia, da forma como está virando, é algo, no volume atual, absolutamente inédito.

 

Os marketplaces puxam a cadeia, mas se imaginarmos (como falei no meu post citado acima), que as próprias indústrias estão virando, elas mesmas, varejo, também elas, em algum momento vão, igualmente, virar mídia. 

 

Olha só o baita impacto disso no marketing, na mídia, na comunicação, no e-commerce e em todas as vertentes de consumo que conhecemos. É bem foda.

 

Pesquisa recente dá conta que 31% dos consumidores acham a publicidade veiculada na Amazon dentro da própria Amazon muito útil. Claro, se o consumidor está dentro da Amazon é porque quer consumir algo e se aquele algo lhe é oferecido de forma inteligente e pertinente, com alguma vantagem de compra ou informação de fato relevante, ele vai gostar. No brainer. Adequação na veia, dispersão perto de zero.

 

O varejo deve investir pesado nessa transformação e estruturas de serviço e gestão de ads que sirvam a esse novo propósito devem crescer assustadoramente nos próximos anos.

 

Acompanhe e verá.

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