Dados digitais conectados direto nas nossas células: só uma questão de tempo

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Pode parecer surpreendente, mas pesquisas avançadas dão conta de que o nosso DNA, que já armazena todo o código da vida, poderá ser o próximo banco de dados também da nossa vida digital. 

 

À medida que o mundo contemporâneo produz cada vez mais dados, os pesquisadores estão lutando para encontrar novas maneiras de armazenar tudo isso, de forma razoável que não exploda os data centers hoje existentes, e mesmo os que ainda estão sendo construídos, mas de forma acessável, rápida e à mão. 

 

Pois se espante: o DNA promete ser exatamente esse meio de armazenamento extremamente compacto e estável, sendo que a nova é que ele poderia estar conectado como qualquer device que conhecemos, permitindo que gravemos então dados digitais diretamente nos genomas das células vivas. Eu, hein?

 

Segundo análise da Singularity University, os esforços para reaproveitar a tecnologia de memória embutida da natureza não são novos, mas na última década, a abordagem ganhou interesse renovado e viu alguns grandes progressos. Isso foi impulsionado por uma explosão de dados que não mostra sinais de desaceleração. Em 2025, estima-se que 463 exabytes serão criados a cada dia em todo o mundo.

 

A universidade lembra ainda que armazenar todos esses dados pode rapidamente se tornar impraticável usando a tecnologia convencional de silício, mas o DNA pode conter a resposta. Para começar, sua densidade de informações é milhões de vezes melhor do que os discos rígidos convencionais, com um único grama de DNA capaz de armazenar até 215 milhões de gigabytes.

 

Também é altamente estável se armazenado corretamente. Em 2017, os pesquisadores conseguiram extrair o genoma completo de uma espécie extinta de cavalos de 700.000 anos atrás. Aprender a armazenar e manipular dados usando a mesma linguagem da natureza também pode abrir a porta para uma série de novos recursos em biotecnologia.

 

A principal complicação, alerta a Singularity University,  está em encontrar uma maneira de fazer a interface do mundo digital dos computadores e dados com o mundo bioquímico da genética. No momento, isso depende da síntese de DNA no laboratório e, embora os custos estejam caindo rapidamente, esse ainda é um negócio complicado e caro. Uma vez sintetizadas, as sequências devem ser cuidadosamente armazenadas in vitro até que estejam prontas para serem acessadas novamente, ou podem ser unidas em células vivas usando a tecnologia de edição de genes CRISPR.

 

Agora, porém, pesquisadores da Universidade de Columbia, revela a universidade,  desenvolveram uma nova abordagem que pode converter diretamente sinais eletrônicos digitais em dados genéticos armazenados nos genomas de células vivas. Isso pode levar a uma série de aplicativos para armazenamento de dados e muito mais, diz Harris Wang, que liderou a pesquisa publicada na Nature Chemical Biology.

 

“Imagine ter discos rígidos celulares que podem computar e reconfigurar fisicamente em tempo real”, escreveu ele em um e-mail para o Singularity Hub. “Achamos que o primeiro passo é conseguir codificar diretamente os dados binários nas células, sem ter que fazer a síntese de DNA in vitro.

 

“Esta é talvez a parte mais difícil de todas as abordagens de armazenamento de DNA. Se você puder fazer com que as células falem diretamente com um computador e interajam seu sistema de memória baseado em DNA com um sistema de memória baseado em silício, então existem muitas possibilidades no futuro”, conclui Wang.

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