Conheça a GM, aquela mesma, agora uma empresa de software.

4 mins read

Quem me acompanha a algum tempo já me ouviu falar mais de uma vez sobre a excelente palestra que Hermann Mahnke, CMO Latam da GM, deu em 2018 no MaxiMídia, uma das mais interessantes que assisti no evento. Para mim, pelo menos, foi.

 

Nela, o Hermann mostrava como a indústria de carros estava, já a partir daquela época, se transformando profundamente e como a GM estava já se considerando então como uma empresa que, no futuro, seria menos uma montadora de automóveis apenas, e mais uma companhia de software. E que, concomitantemente, se transformaria também numa empresa de mídia, na medida em que os carros seriam cada vez mais softwares e algoritmos ambulantes e cada vez mais se tornariam centros de entretenimento. Mídia viria junto.

 

Semana passada, como registrado pela imprensa nos EUA, os executivos da companhia realizaram um evento para investidores. Ali demonstraram o desejo da empresa de eletrificar toda a sua frota na próxima década, ao mesmo tempo em que anunciou a entrega de um milhão de robôs-táxis totalmente autônomos. Softwares ambulantes.

 

A companhia tem planos de alocar US$ 20 bilhões para engenharia de EVs (eletric vehicles), US$ 10 bilhões para uma nova fábrica de baterias e cerca de US$ 6 bilhões para o Cruise Automation, divisão de software autônomo da GM.

 

O software vai desempenhar um grande papel no futuro da empresa. A GM espera oferecer carros com direção totalmente autônoma (software na veia) como uma assinatura por meio do sistema Cruise Automation. Carros por assinatura.

 

Mais adiante, em 2030, a plataforma Cruise espera ter até um milhão de robôs-táxis totalmente autônomos controlados por smartphones e que essa unidade deverá contribuir fortemente para o fluxo de caixa da… rã … montadora. Assim como a Tesla já faz, a GM também vai atualizar o software de seus carros por aplicativo e pela web.

 

De acordo com a apresentação do evento, as atualizações de software devem ajudar a GM a dobrar a receita para cerca de US$ 280 bilhões até o final de 2030. 

 

Um modelo de negócios mais dependente de software também tornará a GM mais ágil. As montadoras legadas tradicionais têm lutado, durante a pandemia, contra a escassez de semicondutores, um problema que a Tesla foi superou em grande parte com seu modelo de software.

 

Embora toda empresa seja agora, de algum forma, uma empresa de tecnologia em alguma medida, a GM fabrica tanto o hardware, quanto o software, o que lhe dá uma condição competitiva diferenciada.

 

Analistas de bolsas de valores acreditam que a nova postura da companhia faz sentido e que isso deve ter impacto positivo no valor de suas ações.

 

A General Motors Co, assim, planeja se posicionar como uma empresa de plataforma de tecnologia, focada tanto em softwares, quanto na fabricação de veículos elétricos 

 

GM, aquela mesmo, agora e no futuro, uma empresa de software. E acelerando.

 

Deixe um comentário

Your email address will not be published.