Ataques cyber devem atingir maior parte das empresas do mundo

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Deu na coluna Link, do Estadão, que segundo estudo da consultoria de cibersegurança
Trend Micro, espera-se que 80% das empresas do mundo sejam atingidas por algum tipo
de ataque e invasão digital nos próximos anos.
Semana passada, você deve ter visto que dados de 60 milhões de usuários da T-Mobile
foram roubados. Foi só mais um caso. Neste exato momento, devem estar acontecendo
milhares de outros.
A evolução tecnológica tem suas mazelas. Isso de invasão é o outro lado da mesma moeda
da evolução. Há avanços para tudo que é lado, e o lado do mal é bom de superar o lado do
bem, quando se fala de cibersegurança.
É histórico: os hackers e trackers quebram os códigos bonzinhos facinho. Aí, os mocinhos
correm atrás para consertar a porta já arrombada.
Nem sempre, necessariamente, estamos falando de que os invasores detém tecnologias
mais sofisticadas do que as empresas. Muitas vezes, usam recursos conhecidos e
dominados no mercado de segurança. Mas são espertos. Hábeis e persistentes Em boa
parte das vezes, mais do que todo o aparato de segurança digital das companhias.
Além disso, o hacking tornou-se uma arte de alta relevância e respeito no ambiente tech. Há
invasores atuando do lado da invasão e outros que se especializaram em atuar do lado dos
invadidos. Fato é que a profissão se sofisticou para todos os lados.
Somemos a isso o fato de que, como as tecnologias nunca param de evoluir, a
possibilidade de que se criem novos avanços vale tanto para os desbravadores das novas
tecnologias do bem, quanto para os recursos das tecnologias do mal.
As redes escuras e deep na web são um amplo campo fértil de troca de experiências e
casos. Assim como nas organizações há as melhores práticas, no mundo dark há as piores
práticas. Ou seja, aquelas que causam maior dano e são mais eficientes nisso.
A lógica de toda essa cena é grana. Os invasores fazem isso por dinheiro. Como nos
explica muito bem André Ferraz, fundador da Inloco e fundador também da Incognia,
empresa de cibersegurança, brasileiro hoje radicado no Vale do Silício: “A criminalidade
sempre segue o dinheiro. À medida que os negócios se digitalizam, mais e mais criminosos
passam a se especializar em crimes digitais. Ao mesmo tempo, os criminosos sempre vão
buscar o caminho mais fácil, que são as pessoas e instituições mais vulneráveis. Daqui para
frente, todos nós precisamos aprender a nos defender no ambiente digital, da mesma forma
que fomos ensinados a prestar atenção ao andar na rua e a trancar as portas ao sair de
casa.”
Ou seja, o único remédio vai ser conviver com o mal, adotando melhores práticas, contra as
piores práticas.

Não há qualquer sinal de que essa tendência vá diminuir tão cedo. Ao contrário, o que se
consegue enxergar hoje é que os crimes de cibersegurança vão, de fato, proliferar mais e
mais. E não nos surpreendemos se a Trend Micro vier, em breve, com uma nova estimativa
de que não mais 80%, mas 100% das empresas do mundo, um dia, sofrerão um ataque
cibernético. Acho que é isso que vai acontecer.

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