Alibaba: porque um dos maiores marketplaces do mundo está dissolvendo.

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Entraram na caverna do maior ativo em bolsa da economia chinesa, um dos maiores marketplaces globais, o Alibaba, e estão assaltando seus tesouros. São bem mais do que 40 ladrões. Eu diria, no mínimo, centenas de investidores que, depois de se beneficiarem do espantoso e meteórico crescimento no valor das ações da empresa nos últimos anos, verdadeiras jóias preciosas, estão agora partindo em disparada, floresta econômica afora, com seus dividendos no saco.

 

Esse bando, por assim dizer, vendeu, apenas nos últimos meses, mas fortemente nos últimos dias, 8,1% de suas ações da companhia. Essa debandada geral está dissolvendo o valor das ações da empresa, que já caíram 40% desde fevereiro (um tombo do cavalo) e a expectativa é de que essa evasão persista nas próximas semanas. 

 

Eu, se fosse você, não investiria agora no Alibaba. A não ser que você tenha gosto de sangue pelo alto risco. E acredite em lendas das Mil e Uma Noites.

 

Fecha-te, Sésamo!

 

Uma das fortes razões para esse movimento, por incrível que possa parecer, é que o próprio governo chinês, que tanto incentivou seus gigantes tech, está ele mesmo contribuindo para que o mega conglomerado do multi-bilionário, o sultão Jack Ma, caia em desgraça. Junto com ele. 

 

Sua empresa de investimentos, a Ant Financial, foi praticamente destruída por ações persecutórias antitruste e operacionais do governo chinês, que entre outras coisas, multou a companhia em US$ 2,8B.

 

As especulações aqui no Ocidente sobre quais seriam as efetivas razões por trás dessas medidas e ações do sr Xi Jinping variam. Vão numa toada que segue assim… que as empresas de tecnologia (algumas, não todas), estariam ganhando força, poder e tamanho perto do indesejável para os controles da economia planificada chinesa; que elas estariam manipulando em excesso os dados de consumo de seus usuários (estranho num País que tem o maior arsenal de vigilância digital do Planeta, mas enfim, ocidentais não entendem lá muito bem a lógica oriental); que elas talvez pudessem estar desestimulando investimentos na economia real, tão cara e necessária num País como a China; que os próprios consumidores estariam insatisfeitos com o mega-poder de manipulação de preços, distribuição e ofertas de empresas como o Alibaba. Ou, o que pode me parece um pouco mais razoável, dentro do todo irracional aparente, é que as mais brilhantes mentes da tecnologia chinesas estariam se fascinando em trabalhar para empresas de tecnologia de consumo em vez de se engajarem nos avanços da tecnologia pesada e mais avançada de interesse do poder e do Estado chinês.

 

Mas enfim, você viu. Ninguém sabe nada ao certo.

 

O fato é que para Jack Ma e seu Alibaba, o momento é de fecha-te, Sésamo!

 

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