Há 7 anos, André Zimermann e eu criamos a NetCos, a primeira empresa de influencer marketing do Brasil (acho que foi, mas enfim…).
O nome da empresa, abreviatura de Networked Companies, é resultado de uma crença minha e dele: as empresas são, hoje, conectadas e estarem conectadas é, em verdade, um pedaço importante de seu sucesso. Criamos a NetCos para, no setor em que ela atua, otimizar essas conexões.
Pois as empresas conectadas não só otimizam seus negócios, exatamente porque as sociedades hoje são globalmente conectadas, mas para além disso, a conectividade faz com que todos tenhamos, no mundo corporativo, ganhos incrementais de escala, e um mais um vira muito mais que dois.
A conectividade é o maior driver dos avanços humanos em séculos. Talvez maior que a Revolução Industrial, exatamente porque impacta de forma avassaladora e de uma vez todas as nações e todos os negócios internacionalmente. Algo nunca visto antes.
Steven Johnson, professor e analista contemporâneo, autor que cito direto em meus artigos, defende em seu indispensável “Where Good Ideas Come From”, que o mundo conectado anaboliza o conhecimento e os avanços e a criatividade como nada antes.
Pois é com base nesse raciocínio de que a conexão entre as empresas anaboliza seus negócios que, já de algum tempo para cá, temos visto, em particular nos setores em que a tecnologia tem relevância significativa, que empresas antes concorrentes percebem com a clareza límpida da água de nascente, que unir conectivamente suas atividades, em alianças estratégicas e mercadológicas inteligentes, faz com que seus negócios ganhem potencial de expansão que, sozinhas, não tinham antes.
E porque justo com seu concorrente? Porque as chances são grandes de as duas empresas serem amplamente complementares, já que atuam em um mesmo mercado, e essa complementaridade faz com que sua oferta de valor seja mais abrangente e ampliada do que cada uma individualmente. E ao final, isso tem o potencial de atrair mais clientes e atendê-los melhor.
Mas, aí, cada empresa perde um pedaço do mercado que antes tinha atuando sozinha? Não, ao contrário, amplia o mercado para ambas, já que irão mais longe e atenderão uma base de negócios mais ampla. E o bolo que dividirão será maior do que o bolinho de cada uma isoladamente.
Isso funciona para todos os negócios o tempo todo? Claro que não.
Mas funciona para um número bem maior de negócios do sonha a vã percepção de uma parcela grande de empreendedores e empresários. Estamos diante da quebra de um forte paradigma cultural do mundo dos negócios, em que o concorrente é um inimigo a ser batido.
Em alguns casos, ok, sim. Em outros, muito pelo contrário.
Aliar-se com o concorrente pode, sim, ser uma boa coisa a fazer em vários mercados e em várias empresas.
Refletia sobre isso e veja se não é seu caso.