Franca não sei bem se é o melhor termo para usar sobre uma indústria que de franca não tem nada. Ao contrário. O que se vende é o espúrio. A invasão. A parte da expansão é sim o caso. E como. Hacker-for-Hire chamam os gringos esse setor altamente demandadado por governos e empresas de todo tipo.
O Facebook declarou recentemente, nos conta a revista MIT Technology Review, que detectou cinco companhias desse tipo contratadas para acessar dados de 50 mil pessoas em sua plataforma.
Uma das mais reconhecidas e demandadas empresas desse business é a isralense NSO Group, que hoje enfrenta investigações e escândalos por excessos cometidos em seu País e fora dele. Mas se a NSO está num aperto, a indústria a qual ela pertence segue próspera.
Os profissionais e companhias do setor provêm serviços de invasão cyber e de defesa de ataques. Os países em geral hoje contratam empresas desse tipo. São bilhões e bilhões de dólares envolvidos, não só nas contratações, mas também nos prejuízos que essas atividades promovem, direta e/ou indiretamente.
O crescimento do ambiente de cyber security e hacking é hoje default. Todo mundo quer entrar na brincadeira. E, em verdade, quem ficar de fora, perde capacidades competitivas, como em qualquer mercado. Vulnerabilidade é um mal negócio, Não espionar o vizinho idem. E espionar a vida dos cidadãos pode ser também uma promissora forma de controle e domínio político.
No setor privado não é muito diferente. Claro que aí a vulnerabilidade e os cuidados devem ser ainda maiores, porque empresas com ações em bolsa serem envolvidas em algum escândalo de hacking, isso sim, pode ser um péssimo negócio. O que não quer dizer que as companhias com alta capacidade tech não se seduzam por hackear um monte de coisas.
Na medida em que tudo no mundo fica mais e mais conectado, mais crescerão as empresas de hacking de aluguel.
É bom isso? Não. Mas é assim que é. E é assim que será.