Cito este case porque o conheço de perto. Mas a intenção aqui é mais ilustrar como agências podem assumir um papel protagonista nos negócios de seus clientes, deixando para trás o modelo da prestação de serviços, para atuar mais como uma instância consultiva estratégica e de relevância vital para o resultado empresarial de seus clientes.
Conheci a Focus há mais de 5 anos, quando fui visitá-los em sua sede em São José dos Campos. Lá, tive contato pela primeira vez com seu olhar de fazer negócios com seus clientes, em que a comunicação publicitária faz parte, mas não é nem a única, nem muitas vezes a parte mais importante de sua relação com eles.
Num slide em que os sócios me mostravam as áreas de atuação da empresa, havia um pontinho muito interessante, chamado mLabs. Era a área que cuidava da gestão de redes sociais, focada em pequenos e médios negócios. Uma plataforma tecnológica proprietária, na verdade, não apenas um modelo de gestão, como todo mundo faz.
Abreviando a história, fiquei sócio da mLabs, que ajudei a apresentar ao Domo Invest, e que, juntos, vendemos ano passado para a Stone. Uma agência como aceleradora de uma startup, que foi vendida por milhões para um dos maiores players do setor de meios de pagamento do Brasil.
Ali já estava o gérmen de planejamento estratégico de negócios que a Focus tinha e segue tendo. Mas o case aqui é outro: Vivenda do Camarão.
A Vivenda do Camarão, você conhece, é uma rede de restaurantes com presença forte em shoppings. Uma rede de lojas físicas, que vende comida rápida num modelo convencional de restaurantes.
Pois a Focus levou adiante projeto embrionário de ecommerce existente na empresa, fez o plano de negócios da nova modalidade de atuação da empresa, cuidou de cada ponto de sua execução e hoje faz parte da gestão operacional do novo business. Transformou a Vivenda do Camarão numa espécie de Liv-up.
Para isso, foram necessárias, obviamente, mudanças estruturais importantes e profundas em toda a companhia. Sem falar, é claro, na mudança de mindset dos gestores da empresa e de todos os seus colaboradores.
Tudo isso foi feito em conjunto com o cliente, óbvio, mas todas as idéias e parte relevante de sua execução e operacionalização, foram e seguem sendo da Focus.
A agência teve como remuneração um valor fixo mensal, mas a maior parte de sua receita está no variável em cima dos resultados do negócio. Na prática, a Focus é hoje sócia da Vivenda do Camarão.
Eu poderia ir fundo aqui nos detalhes, mas já contei o principal. Você entendeu onde uma agência pode chegar, se pensar fora da caixa e deixar de ser uma prestadora de serviços para ser uma parceira de negócios.
Há alguns anos comento que essa sempre foi e segue sendo uma riquíssima possibilidade de negócios para as agências. A Focus sabe fazer isso bem (tem esse modelo hoje com outros clientes), mas o ponto aqui é que as agências, com suas habilidades de conhecimento de consumo e mercados, podem, de fato, operar mágicas na vida de seus clientes.
Basta sair da caixa e se determinar a fazer mais do que sempre fizeram.