Essa não dá para acreditar, nem entender. Mas podemos tentar.
Segundo dados capturados no Linkedin, que se não é exatamente uma fonte oficial de nada, mas é certamente um ótimo indicador de tendências e do movimento corporativo que em torno dele se concentra em todo o mundo, o Brasil foi, disparado, o País que mais contratou profissionais de Inteligência Artificial do mundo no ano passado. Veja abaixo.
Não sei onde está toda essa gente, mas se o dado não for assim totalmente preciso, vamos concordar que, ainda assim, é uma informação para prestarmos atenção.
Poderíamos imaginar que isso tenha ocorrido porque o Brasil tem mão de obra barata relativamente aos mercados internacionais e que possa ter sido demandado globalmente para atender não apenas demandas internas, mas também dos mercados estrangeiros. Pode ser uma das razões. Aliás, deve ser uma das razões.
A Índia vem em segundo lugar no ranking e lá, também, a mão de obra é barata, sendo que o País, no ambiente de tecnologia, é mais conhecido como provedor de profissionais de qualidade, a preços bastante competitivos, do que o Brasil.
Como comenta Elisa Strickland, do portal IEE Spectrum, países como a própria Índia e, certamente, a China, não tem lá todos os seus perfis profissionais postados no Linkedin, o que pode contribuir para um desvio. E, ainda, nos alerta ela, o indicador não significa que os países em primeiro lugar no ranking sejam aqueles que têm maiores forças de trabalho de AI (os países líderes são EUA e a China), mas aqueles que mais contrataram. OK, Elisa.
Mas, de novo, ainda assim, o Brasil figurar no topo de uma lista dessas deve chamar a atenção de todos nós para alguma coisa que está acontecendo no nosso mercado de tecnologia, particularmente de Inteligência Artificial, e não estamos clara e abertamente percebendo.
Na Pipeline Capital, temos visto movimentos de empresas globais interessadas na aquisição de empresas de tecnologia (não exatamente de IA, destaque-se) brasileiras exatamente porque aqui temos mão de obra com qualificação padrão internacional em algumas áreas, e com o câmbio desfavorável para o Brasil, o custo dessa mão de obra se torna extremamente competitiva e atrativa para grandes corporações globais.
Assim, a dica que fica aqui para quem me lê e tem qualquer ligação com esse setor da tecnologia, a AI: invista na formação e treinamento dessa mão de obra. O País, de alguma forma, entrou no radar do mercado contratante global de mão de obra de AI. E se isso não é uma oportunidade, não sei o que é.