Mais um capítulo no cada vez mais fechado mundo dos walled gardens, ou os reinos de domínio das big techs sobre seu próprio território de abrangência e mídia, em que cada qual reina absoluto, rechaçando a invasão de intrusos.
Intrusos são os anunciantes, publishers, e players do mundo ad tech que antes capturavam dados e mais dados de ambientes como as CTVs para oferecerem comunicação e vendas cruzadas, em cima de perfis digitalmente capturados (nem sempre com o aval dos usuários e consumidores).
A Apple fechou essa porta em seus celulares recentemente e agora Amazon toma medida semelhante em sua ainda para ser lançada Amazon TV, seu novo aparelho de TV inteligente e conectada.
Para usar os dados que circulam em seu reino, anunciantes, publishers e players de ad tech vão ter que, obviamente, fazer acordos comerciais com a Amazon, assim com a Apple. Aí pode e rola algum tipo de revenue share.
A Amazon usa como método de bloqueio mascarar os endereços IP de seus usuários aos olhares indiscretos do seu ecossistema de anúncios em seus aplicativos CTV.
Os endereços IP foram um sinal facilmente detectado por redes de anúncios de terceiros e outros parceiros de tecnologia de marketing, que trabalham com muitas das marcas na publicidade de TV conectada. Agora, a Amazon mascara os endereços dos telespectadores em seus aplicativos CTV removendo as informações por meio de seus servidores de anúncios que conversam com terceiros, Dizem os analistas que pode parecer uma mudança sutil, mas potencialmente significativa.
A Amazon, é claro, tem sua própria rede de anúncios primária, onde ainda pode controlar o limite de frequência e a segmentação de anúncios, e alguns anunciantes vêem suas novas políticas como outra forma de reforçar seu crescente negócio de publicidade.
Parece óbvio e indiscutível.