A internet nasceu livre. E livre queria dizer, naqueles tempos – estamos falando ali dos anos 1990 e, vai, até os anos 2000 – um lugar interativo digital em que navegávamos em busca do que bem desejávamos e em que se trocava conhecimento, entretenimento e informação de forma quase casual, instantânea e internacionalmente (exceção aos países fechados como Rússia e China, entre outros, registre-se). E era uma maravilha.
Foi a época em que a regra do Google era “be no evil” e o ambiente virtual da www era quase, olhando de hoje, ingênuo. Mas certamente por essas premissas libertárias, mais rico e abertamente diverso do que o de agora.
A evolução disso foi … já que tudo pode, pode tudo. E pode tudo acabou com um senso de liberdade anterior e único, que está e estará, de agora em diante, perdido para sempre.
Ser livre hoje na internet tornou-se dar liberdade ampla, geral e irrestrita à intransigência, mãe do “evil”, alertado pelo Google. E a inebriante e contagiante liberdade para o ódio, subverte a primazia de construir pela de destruir. E o “evil” nisso tudo é que evoluir, diversificar, criar, originar, avançar, abrir, ampliar cedem espaço para seus antônimos. #vaievil!
Tem um cara chamado Stewart Brand, escritor, publisher e empreendedor norte-americano, que, em 1984, cunhou a expressão … “information wants to be free”. Seu princípio visava a abertura pela troca ampla de informações e contra o controle autoritário seja do que ou de quem quer que fosse. Ele dizia mais. Dizia que a tecnologia deve ser libertária e não opressora.
A tecnologia da internet hoje parece que perdeu a mão e esqueceu essas lições.
Sei que é tudo uma grande ingenuidade, o que digo aqui. Mas fazer o que. Vivo e morrerei ingênuo.