É notório, embora muitas empresas ainda não tenham devidamente percebido e a ficha não tenha ainda adequadamente caído, que a maior parte das descobertas e avanços necessários para enfrentar os desafios atuais e sua velocidade não se encontra mais, como em séculos, dentro de casa.
Os poderosos e criativos e revolucionários centros de P&D de muitas grandes companhias, muitos deles responsáveis por alguns dos grandes avanços científicos, de produtos e empresariais em séculos, não jogam mais aquele bolão.
E não jogam mais porque o mundo acelerou demais, a sofisticação tecnológica está entrando em modo exponencial, e esse novo contexto significa, na real, que mesmo que haja gênios dentro das companhias, sozinhos eles não vão mais dar conta do recado.
Além disso, e enquanto isso, estruturas mais ágeis, inteligentes e competentes que os antigos departamentos de P&D começaram a surgir nas últimas décadas de forma avassaladora, introduzindo avanços disruptivos num volume e com uma agilidade inimagináveis há até pouco tempo atrás.
Ou seja, para as companhias, restou apenas duas saídas: perder a batalha (o que nem sempre é a melhor saída, certo?), ou incorporar as vantagens de um ambiente externo altamente promissor, cheio de soluções únicas e avançadas. Ou seja, um ambiente externo rico em oportunidades.
Uma das formas de incorporar essas oportunidades e jogar o jogo com a sofisticação que ele hoje exige, e com a competência que ele hoje impõe, só mesmo se alinhando a essa turma.
Estamos falando de startups e empresas ágeis disruptivas que espocam diariamente em cada esquina, globo afora.
Incorporá-las é uma saída genial, sem dúvida.
Uma outra, que pode conter essa primeira, mas ligeiramente diferente, é abrir para o mundo lá fora os muros da companhia, para que a inovação flua de fora para dentro de forma fluida. Fluida como é a realidade hoje.
Para isso, as companhias precisam mudar fortemente seu mindset e sua cultura. E isso está longe de ser fácil de fazer.
Mas ninguém disse que o mundo ia ficar facinho daqui para a frente e se é difícil, não significa que seja impossível. Asseguro que é nada menos do que indispensável. Vital, para não cairmos na alternativa um aí de cima.
Open Innovation é um processo de troca de conhecimento e de desenvolvimento de soluções inovadoras em que a companhia se deixa entranhar pelo que vem de fora.
Não há fórmulas para implantar inovação aberta nas empresas. Há, sim, várias empresas e consultorias prontas para ajudar as companhias nessa tarefa. Mas cada caso, será um caso.
O que é comum a todos esses casos é que os processos de inovação aberta necessitam que os líderes da corporação em questão estejam de fato convencidos e engajados nessa tarefa. Que, como já dissemos, é altamente desafiadora, ao mesmo tempo que transformadora.
A partir daí, criar modelos próprios e apropriados para cada empresa, como os recursos necessários, é o próximo passo.
O fato destaque aqui é que open innovation pode ser a chave para não sucimbir num mundo em transformação exponencial acelerada.
Se você é líder empresarial e ainda não se tocou disso, tenho péssimas notícias para você, mas não vou contar.
Em uns dois anos, no máximo, você vai saber quais são se não mudar já. The hard way.