O conceito deste título aí acima não é meu. É de um ensaista, professor de direito e da ciência da computação de Harvard norte-americano bem foda, chamado Jonathan Zittrain, co-fundador da Berkman Klein Center for Internet & Society, organizção que estuda e analisa os impactos da internet nas sociedades.
Em seu artigo profundo e cabeçudo The Internet is Rotting, publicado no Medium, cujo link vou colocar lá embaixo pra você ler na íntegra, se desejar, ele defende que aquilo que era para ser o pool democrático e onipresente de todo o conhecimento humano, além de plataforma de contato e relacionamento dos habitante da Terra em comunhão e congraçamento entre sí, tornou-se um instrumento de poder e de dominação política e econômica. Tipo, deu ruim. Tipo, deu muito ruim.
O subtítulo resume a frustração: “Too much has been lost already. The glue that holds humanity’s knowledge together is coming undone”. Ou, traduzindo o significado, os elos que ainda mantêm o conhecimento humano unido estão se rompendo.
A lógica de Zittrain leva em conta que a internet foi fruto de um monte de gente e de ninguém especificamente, tudo ao mesmo tempo. Nascida assim, foi ótima quando começou. Mas foi cedendo lugar às forças dominantes que controlam as economias globais e aí, o que era para ser um jardim da infância, virou meio que o inferno de Dante.
Num momento quase poético, nosso autor define assim a internet: “A world wide web (www), assim como a internet, é uma alucinação coletiva, um conjunto de esforços independentes unidos por protocolos tecnológicos comuns, para aparecer como um todo mágico contínuo”.
No centro, o conceito de que a internet não tem centro. Nem controle. É fruto de uma alucinação coletiva amarrada por protocolos de tecnologias e dados.
O professor Zittrain anda perdendo o sono com o racionalismo controlador que se assenhoreou dessa original alucinação coletiva. E defende que a loucura era mais legal (inclusive juridicamente falando), que a nova lógica do domínio.
Talvez nosso dileto acadêmico, que poderá facilmente ser qualificado como um purista anacrônico, tenha lá seu ponto.