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Marcelo Grecco: É hora de investir em Cannabis? Depende da sua pressa em colher resultados

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Não é preciso ser um surfista experiente para saber que uma onda tem a hora certa para lhe conduzir até a beira do mar. Quem se antecipa, perde o timing. Quem se atrasa, também. Ao fazer um paralelo com o mundo dos negócios podemos dizer que essa imagem casa muito bem com quem pretende investir em um novo segmento.

Como consultor na área de cannabis, recebo inúmeros questionamentos sobre o tamanho do mercado e se vale a pena investir em produtos à base de canabidiol no Brasil, principalmente em startups. Afinal, a discussão sobre a liberação do plantio de cânhamo para fins industriais e medicinais avança em diversas esferas governamentais e tudo indica que, dentro de algum tempo, o cenário poderá mudar no Brasil.

Se a pergunta vier de um investidor afoito por resultados a curto prazo, esperando um taxativo sim ou um taxativo não como resposta, vai se frustrar. O assunto tem recebido muita atenção ao redor do mundo nos últimos tempos, com resultados surpreendentes para investidores em vários países. No Brasil, no entanto, cannabis ainda é um tema cercado de tabus, desconhecimento e impedimento legal. Portanto, investir é preciso, mas o retorno vai demorar uns quatro ou cinco anos para acontecer. Resiliência talvez seja a palavra mais apropriada nesse cenário.

Algumas startups aceleradas ou incubadas por nossa empresa começam a cruzar fronteiras junto conosco. É o caso, por exemplo, do Uruguai, onde a The Green Hub abriu escritório recentemente. Sozinhas, essas startups certamente teriam enorme dificuldade em avançar nesse mercado ainda incipiente.

Estimativas indicam que 1,2 bilhão de pessoas sofrem de enfermidades tratáveis com medicamentos à base de cannabis em todo o mundo. Segundo o relatório Cannabis – Pesquisa, Inovação e Tendências de Mercado, lançado recentemente pela The Green Hub com dados da Clarivate Analytics e a Derwent, o mercado global de cannabis legal está estimado em US$ 55,3 bilhões em 2024. Deste total, US$ 824 milhões circularão pela América Latina – incluindo o Brasil. Ou seja, um universo de possibilidades esperando para ser desbravado. E, certamente, com muita inovação e tecnologia envolvidas!

Mais um ponto positivo de empreender em um mercado embrionário é a oferta de investimentos. No Brasil, o consumidor ainda não foi testado e bons empreendedores podem usar este fato ao seu favor. Isso sem contar que temos muitos exemplos de outros países em estágios mais avançados de mercado. Em alguns, as estratégias adotadas deram certo, em outros o caminho foi mais tortuoso. Temos, dessa forma, um benchmark muito poderoso em nossas mãos.

Evidentemente, antes de investir em cannabis ou em qualquer outro setor, recomenda-se muito estudo e planejamento prévio. Importante procurar quem já está atuando nesse ecossistema para entender a viabilidade do negócio, com análise de riscos e potencial. Vale lembrar também que nem só de uso medicinal estamos falando. O cânhamo, também chamado hemp, tem mais de 25 mil aplicações industriais.

Todos sabemos que Ítalo Ferreira engoliu muita água salgada antes de estampar medalha de ouro no peito em Tóquio. Se você quiser investir em um negócio disruptivo, inovador e com espaço para muita inovação tecnológica, comece agora a observar os atletas já em treinamento, o vento favorável e a formação das melhores ondas.

*Marcelo De Vita Grecco é co-fundador e

diretor de Desenvolvimento de Negócios da The Green Hub

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