Vou começar citando a Nancy Duarte, colunista do MIT Sloan, que me inspirou no tema deste post:“Even though most corporate roles now work with data, it’s shockingly easy to forget that people generate most of it. When a user clicks a link, gets blood taken at the lab, or sets up a smartwatch, that person generates data. As people move, buy, sell, use, work, and live, their actions nudge numbers up or down and drive organizational decisions, big and small.
If it’s your role to communicate data insights and persuade people to change their behavior, you’ll have more influence and promote better decision-making if you emphasize the people behind the numbers.”
(Se quiser – e você deve – ler a íntegra do excelente artigo da Nancy, clique aqui)
Pessoas atrás dos números. Dados e algoritmos são gerados e expressam o humano em um emaranhado sem fim de códigos que interpretam, classificam, organizam e, por vezes, mimetizam as pessoas.
Dados não entendem o por do sol. A gente, sim.
Mas há beleza nos dados? Infinitamente, sim.
Tudo que a ciência de dados criou até hoje revela (e as vezes esconde, é verdade) uma arte da imaginação humana que parece, de fato, sem fim. E que tem, não se engane, uma originalidade tão sublime quando um compasso musical (que aliás, só para lembrar, é matemática).
Cada pedaço da nossa vida tem hoje embedado um volume gigantesco de tramas numéricas que tornam nossa vida mais prática, mais eficiente, mais cômoda, mais feliz, se assim quisermos. Há Belo nisso. Belo humano, porque criado e inventado por nós, carne, osso e tutano. E espírito, para quem crê.
Pois bem, essa ferramenta, ou esse idioma de códigos, é uma linguagem que em nada pode ser entendida como incompatível com nossa capacidade, essa sim indiscutivelmente humana, de contar histórias.
A Nancy nos ensina 4 formas de fazer isso para o mundo corporativo e com objetivo de gerar negócios. É bem legal.
Acrescento às dicas dela um raciocínio apenas.
Se temos a nossa disposição um set sem fim de informações codificadas sobre nós mesmos e nosso comportamento, porque esses dados não podem ser o insumo inspiracional para a construção de histórias de marcas e contos da publicidade e da comunicação?
Porque, sin perdermos la ternura jamás, não pensamos como pensaria uma máquina, para, usando o que só máquinas sabem, bypassarmos as fórmulas e mesmo a capacidade de aprendizado dos algoritmos, e assim criarmos histórias data driven ainda mais envolventes do que sempre, porque elaboradas com a alma que só humanos têm?
Quer exemplos? Lá vão …
Só no SXSW deste ano, pelo menos umas 10 apresentações tocam no tema data storytelling.
Um deles se chama “Advertising in a AI World Details”. Inteligência Artificial a serviço da criatividade, entregando narrow targets com perfis acurados para clusters de consumidores, em que cada história pode ser contada de forma adaptada a cada perfil. Sem fim.
Outro … “The Case for Sensitive Marketing”, em que dados da audiência permitem a entrega de experiências sensoriais envolvendo voz, imagens e até olfato.
Outro ainda … “Technology + Stroytelling = Magic”, em que a ativação de experiências únicas com as marcas, através de dados e tecnologia, transformam o envolvimento máximo em … magia. Na mosca em cima do meu argumento.
Números podem operar magia.
Pense nisso. Tente isso. É um exercício que vai valer cada sinapse.