Dados digitais gravados diretamente nas nossas células: vai rolar.

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Métodos avançados desenvolvidos por pesquisadores da Universidade de Columbia permitem converter diretamente sinais eletrônicos digitais em dados genéticos armazenados nos genomas de células vivas. 

Já havia lido sobre isso há algum tempo num post da newsletter do MIT. Li outro post agora no mesmo lugar e isso me acendeu o interesse e a vontade de falar sobre o tema: o DNA como um meio de armazenamento extremamente compacto e estável de dados.

Em 2025, estima-se que 463 exabytes serão criados a cada dia em todo o mundo e isso exige cada vez maior capacidade de armazenamento e armazenar todos esses dados pode rapidamente se tornar impraticável usando a tecnologia convencional de silício, que já conhecemos de décadas.

Ocorre que as estruturas atuais para armazenamento de dados são altamente complexas e caras, além de consumirem um volume absurdo de energia para serem mantidas em operação. 

Esse artigo mais recente resgatou a questão do DNA, mas foi um pouco mais longe e falava que uma nova abordagem poderá permitir gravar dados digitais diretamente nos genomas das nossas células vivas.

Como se explicou lá, “os esforços para reaproveitar a tecnologia de memória integrada da natureza não são novos, mas na última década, a abordagem ganhou interesse renovado e viu alguns grandes progressos o  DNA pode ser a resposta”. 

Para nós, leigos, é impressionante saber que a densidade de armazenamento de dados nas nossas células é milhões de vezes melhor do que os discos rígidos convencionais, sendo que com um único grama de DNA podemos armazenar até 215 milhões de gigabytes.

A principal complicação está em encontrar uma maneira de fazer a interface do mundo digital dos computadores e dados com o mundo bioquímico da genética. No momento, isso depende da síntese de DNA no laboratório e, embora os custos estejam caindo rapidamente, esse ainda é um negócio complicado e caro. 

Uma vez sintetizadas, as sequências, elas devem depois ser cuidadosamente armazenadas in vitro, até que estejam prontas para serem acessadas novamente.

Agora, métodos mais avançados desenvolvidos por pesquisadores da Universidade de Columbia trazem uma nova abordagem, que permite converter diretamente sinais eletrônicos digitais em dados genéticos armazenados nos genomas de células vivas. 

E aí, estaria feita a ponte entre o digital e o biológico, como nunca se fez antes.

Esses novos “discos rígidos” celulares podem computar e reconfigurar fisicamente em tempo real um volume gigantemente superior de dados do que seu congêneres de silício e placas.

A conclusão dos cientistas envolvidos nas pesquisas é que, se você puder fazer com que as células falem diretamente com um computador e interajam diretamente entre si, um salto quântico na questão do hoje mega-problemático sistema de armazenamento de dados ganhará uma nova e promissora dimensão.

Eu, robô.

 

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