Transformação Digital da Eucatur é discutida em podcast sobre negócios que inaugura formato ET Talks da Plataforma ET
Conduzir sua transformação digital durante a pandemia foi o único caminho para a Eucatur, empresa familiar de transporte de pessoas e cargas com 57 anos de história que viu seu faturamento despencar 87% em abril de 2020.
“Trabalhamos com transporte regular entre estados e sabemos que o turismo foi um dos setores mais prejudicados pela crise do Covid-19”, afirma Assis Marcos, diretor executivo da Eucatur. “Quando nosso faturamento ficou reduzido a 13% do que era, não tivemos alternativa, precisamos nos mexer”, diz ele.
Ambidestria empresarial acelera transformação digital
Para conduzir sua transformação, a Eucatur contou como conselheiro, Márcio Teschima, membro de conselhos, mentor e investidor de startups com mais de 30 anos de experiência em tecnologia. “Meu propósito, inicialmente, era entender a dor da empresa, porém uma análise mais aprofundada logo revelou que havia oportunidades ali”, diz ele. Logo de cara, Teschima percebeu que a Eucatur tinha ambidestria empresarial. “Há 11 anos a empresa já se preocupava em melhorar processos, trabalhava com a Fundação Dom Cabral e preparava o terreno para disruptar seu segmento”, afirma. Ou seja, ainda que o termo “ambidestria empresarial” não fosse familiar para ela, a empresa já vinha reunindo competências para inovar e, ao mesmo tempo, aumentar a sua eficiência.
A análise detalhada de Teschima revelou que a grande dor da empresa, naquele momento, era manter uma comunicação eficiente com os consumidores. “Eles não sabiam mais se a sua viagem iria ocorrer, onde seria o local de embarque e de desembarque caso a rodoviária estivesse fechada”, afirma Assis, lembrando que, entre março e abril de 2020, houve paralisação total de algumas cidades.
Cooperação e disposição para mudanças
Para desenvolver uma gestão 4.0 e colocar a necessidade do cliente no centro de tudo, o principal desafio era mudar o mindset dos funcionários da Eucatur. Com esse objetivo, foram realizadas várias dinâmicas e lives para explicar a necessidade de transformar a empresa e construir uma metodologia de transformação digital. E, para que tudo corresse bem, no menor prazo possível, a empresa criou um time de transformação digital para liderar a iniciativa.
“Sem citar termos como agile, scrum etc, aplicamos várias metodologias e fomos envolvendo funcionários e áreas inteiras, criando um efeito positivo de comunicação para que a empresa pudesse atender o funcionário e o cliente de uma forma diferente para continuar cumprindo sua missão de transportar com carinho”, explica Teschima.
Com isso, gestores e equipes passaram a trabalhar em cooperação para cumprir os OKRs estabelecidos pelo projeto. “Fizemos um processo goela acima, o que significa que a pessoa responsável por seus indicadores têm autonomia e poder de interferência”, explica Assis. Isso significa que, se um colega ou o superior tomar uma decisão que possa prejudicar determinado indicador, o responsável por ele tem autonomia para mostrar que aquilo pode atrapalhar seu desempenho. “A pior coisa é alguém cobrar algo de quem não tem autonomia, ferramenta ou condições de alterar seu ambiente”, diz o diretor executivo. “Eu chamo de autonomia, mas o pessoal aqui deu o nome de ‘goela acima’, o que significa que a pessoa pode fazer o que for preciso para bater a sua meta”, explica.
Gestão 4.0: um novo portal em 6 meses
Ao conseguir focar na gestão 4.0, em seis meses a Eucatur colocou no ar um novo portal e marketplace em cooperação inclusive com concorrentes, aplicando assim conceitos de coopetição. Por meio do celular, os clientes passaram a ter informações atualizadas e detalhadas sobre as suas viagens, além de poder comprar passagens e realizar o “embarque digital”, que evita filas e aglomerações.
Antes da pandemia, Assis afirma que a inovação era tratada de forma muito distante da operação da empresa, ainda que o mercado de transporte já estivesse passando por transformações. “O que um gerente ou líder menos quer ouvir falar é mudança”, diz ele. Isso porque, ele diz, mudanças maiores e drásticas podem acabar com a excelência operacional de uma empresa e obrigá-la a reconstruir seu modus operandi.
Na crise, porém, não houve alternativa, a transformação se tornou urgente e crucial. “A pandemia ajudou as lideranças a terem outra percepção de risco, estavam todos engajados em fazer alguma coisa, esperar simplesmente já não era uma opção”, afirma. “Em situação normal, talvez o projeto não tivesse saído do papel”, revela.
Teschima ressalta que nada do que foi feito nesses 6 meses ocorreu por sorte ou milagre. “Transformamos um negócio, mudamos a característica da empresa e implementamos várias sopinhas de letras do mercado”, afirma. “No final, o projeto foi muito bem-sucedido porque a empresa de fato aceitou a transformação”, ressalta.
Essa história foi detalhada no podcast sobre negócios que inaugurou o formato do ET Talks da Plataforma ET, que reúne especialistas para discutir os desafios da transformação digital das empresas no Brasil. Você pode conferir todo papo aqui na plataforma.
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